Simbologia do Boi

IsabellaIsabella Garm | 06 Setembro 2024
Simbologia Boi. Desenho artístico de MJGM

A simbologia do boi está relacionada com aspetos como a abundância, a força e o domínio. Tem uma grande semelhança com o touro, uma vez que ambos os animais pertencem à mesma espécie e a sua diferença baseia-se principalmente no facto de terem sido castrados ou não.

O boi está ligado a aspetos como a determinação, provavelmente devido ao facto de ter sido um animal utilizado em trabalhos agrícolas ao longo dos séculos. Essa força e capacidade de enfrentar as dificuldades diárias é o que produz o paralelismo entre o comportamento do boi e o simbolismo que lhe é dado.

Nos tempos antigos acreditava-se que o boi dava fertilidade à terra e por esta razão eram feitas oferendas aos deuses sob a forma de sacrifício deste animal. De facto, os druidas sempre utilizaram a figura do boi no seu simbolismo mitológico.

Felizmente para este animal, nem todas as culturas optaram por sacrifícios, mas algumas delas deram ao boi um respeito quase reverencial.

Os egípcios veneravam tanto o boi como a vaca e tinham um enorme respeito por eles. A identificação de ambos com o ambiente religioso espalhou-se a outras culturas, tais como os gregos, e chegou mesmo à Índia, onde ainda são venerados.

Os romanos, por outro lado, deram-lhes a representação do trabalho de ambos os sexos. A vaca foi representada na cidade e o boi no campo, como metáfora das tarefas que correspondiam às mulheres e aos homens, implicando que as tarefas domésticas correspondem a ela e que o homem, representado pelo boi, é aquele que deve realizar todas as tarefas ativas.

Nalgumas culturas foi estabelecido um paralelismo entre o boi e a lua, que se baseia na forma dos chifres do animal, que supostamente invocam a figura lunar. Isto simbolizava que o boi era uma passagem entre dois mundos, Sol e Lua, que vieram a representar a razão e a intuição.

Mas infelizmente para o boi, a sua carne tem sido apreciada durante muitos séculos como uma das mais saborosas, de modo que, embora em certas culturas a sua figura tenha sido respeitada e adorada, noutras não deixou de fazer parte dos rituais e oferendas, terminando estas cerimónias com o seu sacrifício.